1 de agosto, Dia Nacional do Maracatu.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a lei que institui o Dia Nacional do Maracatu, a ser celebrado anualmente em 1º de agosto. A sanção da Lei 397/2019, que tramitou no Congresso Nacional por cinco anos antes de sua aprovação no mês passado, foi oficializada nesta terça-feira (12) em uma cerimônia realizada no Palácio do Planalto, em Brasília. A data foi escolhida em homenagem ao mestre Luís de França, figura histórica que liderou o Maracatu Leão Coroado, uma das nações de maracatu mais antigas do Brasil, com sede em Olinda e fundada em 1863.

A criação do Dia Nacional do Maracatu coincide com a celebração do Dia Municipal do Maracatu de Baque Solto, comemorado no Recife, e também com o aniversário do Mestre Salustiano, um dos grandes expoentes da tradição do maracatu. Durante o evento de sanção, Lula destacou a importância de tornar o maracatu uma manifestação cultural de alcance nacional, reforçando o compromisso do governo em apoiar e promover essa expressão artística.

Lula afirmou em seu discurso:

Ele ainda defendeu que a comemoração do Dia Nacional do Maracatu se estenda a todos os estados brasileiros, celebrando essa tradição de maneira simultânea em todo o país. Segundo Lula, a iniciativa é uma forma de valorizar o maracatu ao lado de outras manifestações culturais já consagradas, como o samba e o rock.

Lula também ressaltou a necessidade de apoio financeiro e patrocínio para que o maracatu ganhe visibilidade em outras regiões do Brasil.

Reforçando a intenção do governo em promover a diversidade cultural brasileira.

A instituição do Dia Nacional do Maracatu representa um avanço no reconhecimento dessa tradição, reforçando seu valor histórico e cultural e incentivando a preservação e o conhecimento do maracatu em todo o país.

Maracatu

O maracatu é uma manifestação cultural de origem afro-brasileira que nasceu no período colonial, no século XVIII, principalmente no estado de Pernambuco. Ele surge das tradições e costumes dos africanos escravizados, especialmente aqueles trazidos de regiões da África Ocidental. Misturando elementos religiosos, musicais e teatrais, o maracatu integra influências africanas e indígenas, sendo uma forma de expressão e resistência cultural.

Existem duas principais vertentes: o Maracatu de Baque Virado e o Maracatu de Baque Solto. O primeiro, mais associado aos rituais religiosos de influência africana, é ligado ao culto dos orixás e celebrações das Nações de Maracatu. O segundo, com um tom mais carnavalesco, incorpora personagens folclóricos e figuras como o Caboclo de Lança, evidenciando a influência indígena.

O maracatu é marcado pela percussão intensa, com tambores e alfaias, além de outros instrumentos que conferem um ritmo envolvente e contagiante. Os cortejos são caracterizados pela presença de figuras emblemáticas, como o Rei, a Rainha e a Dama do Paço, que desfilam com vestes elaboradas e adornos luxuosos, recriando simbolicamente a coroação dos reis do Congo, uma tradição mantida pelos africanos escravizados.

Com o tempo, o maracatu foi se consolidando como uma expressão cultural brasileira, especialmente em Pernambuco, e é hoje reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. Sua celebração envolve orgulho e preservação da identidade afro-brasileira, encantando pelas cores, danças e ritmos que carregam uma rica história de resistência e celebração da ancestralidade africana.